Chegou a minha vez de fazer lista de melhores do ano. Eu me preparei desde o início de 2023 para isso. Fiz uma playlist para separar as melhores músicas do ano, baixei um programa que se chama musicbox para catalogar os álbuns que escuto, e criei uma tag nesse programa que a denominei de “melhores álbuns de 2023” (acabou que em dezembro descobri que é melhor usar o Rate Your Music).
Mas essa preparação toda não foi tão eficiente, pois nos últimos dias viajei para cobrir o Psica, em Belém, e escrevi um texto sobre o festival, que acabou tomando muito meu tempo (minha escrita ainda é capenga, preciso de tempo para escrever). Além disso, produzi um monte de vídeo no festival, já estou publicando alguns, e ainda tenho muito a editar. Essa correria toda, mais a minha preguiça, aliada com as férias de 30 dias que recebi do trampo, atrapalharam meus planos de lançar essa lista mais cedo e com mais detalhes.
Vai do jeito que dá. Pelo menos a curadoria foi bem feita. Separar meus álbuns e músicas preferidas na medida que eu ouvia ajudou muito. Vou realmente indicar o que mais gostei, após ouvir muuuita coisa ao longo de 2023.
Nos últimos anos, não fiz ranking. Até fiz, mas só de 1 a 5, para a lista do Scream&Yell. Dessa vez resolvi fazer de 25° a 1° para álbuns e de 50° a 1° para músicas. Sei que esse negócio é complicado, e, possivelmente, daqui um tempo, quando eu olhar essa lista, vou discordar do meu próprio ranking.
Serão 4 listas: melhores músicas nacionais, melhores músicas internacionais, melhores álbuns nacionais e melhores álbuns internacionais.
Os álbuns a seguir foram os meus preferidos lançados por artistas brasileiros. Escolhas absolutamente minhas. Álbuns que me emocionaram, me divertiram, me fizeram dançar, me fizeram chorar. Álbuns que ouvi e senti vontade de ouvir novamente (critério muito importante). Álbuns que trouxeram estéticas inovadoras. Álbuns bem produzidos. Álbuns que trouxeram grandes interpretações. Álbuns que contaram boas histórias.
Acredito que a minha lista traga variedade de ritmos, o que falta nas listas dos sites mais hypados do Brasil. Sinta-se em casa para usar os comentários e descer o cacete nas minhas escolhas. Se quiser elogiar pode também.
Para ouvir no spotify, basta clicar no título do álbum.
25 - Coruja BC1 - Versão brasileira, vol. 1
24 - Ebony - Terapia
23 - DJ Jeeh FDC - Alcateia
22 - Ajuliacosta - Brutas amam, choram e sentem raiva
21 - Nadson o Ferinha - Serestão do Ferinha
20 - Xande de Pilares - Xande canta Caetano
19 - Jards Macalé - Coração Bifurcado
18 - DJ RaMeMes - Tamborzin de Volta Redonda
17 - Martinho da Vila - Negra Ópera
16 - Rodrigo Campos - Pagode Novo
15 - cabezadenego, Mbé & Leyblack - Mimosa
14 - Marcelo D2 - Iboru
13 - DJ WS da Igrejinha - Caça fantasma, vol. 1
12 - DJ Ramon Sucesso - Sexta dos crias
11 - DJ K - Pânico no submundo
10 - Ogoin & Linguini - Ogoin & Linguini: TV Show
Ogoin e Linguini, novas revelações da prolífica BH. Mergulharam no soul, funk, R&B e disco music, misturaram com rap, e fizeram um álbum em formato de sitcom.
9 - Aguidavi do Jejê - Aguidavi do Jejê
O grupo Aguidavi do Jejê gravou o seu primeiro álbum ao vivo no terreiro de Bogum, em Salvador. São 14 percussionista. Conta ainda com cordas que trazem uma singularidade ao som. Esta orquestra percussiva mostra a força do som de terreiro.
8 - Os Tincoãs - Canto Coral Afrobrasileiro
Disco dos imprescindíveis Os Tincoãs, gravado em 1983, com 4 músicas inéditas. Projeto que ficou engavetado por 40 anos. Gospel afro-brasileiro, mais um calcado na base dos sons de terreiros, sincretizados com elementos católicos. Celestial!
7 - Luiza Lian - 7 estrelas | Quem arrancou o céu?
Luiza Lian é uma das artistas mais celebradas da geração. Todo álbum que ela faz é digno de melhores do ano. A cada lançamento, Luiza apura sua estética sem abrir mão da originalidade. Gosto muito de sua voz doce, das camadas eletrônicas e das composições sempre sagazes sobre relações virtuais, amor e sensualidade.
6 - Kyan & Mu540 - Um quebrada inteligente
Um dos álbuns que mais ouvi no ano. O que Mu540 faz na produção aqui é coisa de gênio. Sob a referência do funk, ele conseguiu produzir um trabalho diferenciado até mesmo para o estilo. Casou maravilhosamente bem com o rap do Kyan. Ainda se jogou no house.
5 - Nadson o Ferinha - Seresta Pra Paredão 3.0
O artista popular do ano. Um dos melhores intérpretes da atualidade. O artista que melhor consegue agradar o povo brasileiro traduzindo a sofrencia em formato de arrocha. Ele consegue "ser" sofrencia e não apenas uma reprodução, algo que o seu mestre Pablo faz com perfeição. Por isso, as versões do Nadson são melhores que as músicas originais.
4 - Karen Francis - Anos Luz
R&B classudo feito na Amazônia. Voz potente, produção excelente (trabalhando bem a junção de afrobeats e R&B com uma roupagem brasileira) e composições especiais sobre sentimentos, mudanças e relações afetivas.
Já entrevistei a Karen!
3 - FBC - O amor, o perdão e a tecnologia irão nos levar para outro planeta
FBC é o artista mais inquieto do Brasil. Estuda, estuda y estuda. A cada trabalho ele ousa em um novo estilo. Depois do miami bass de Baile, agora FBC fez um álbum sobre o amor em tempos de redes sociais em cima do house, disco music e soul. E tudo é muito bem feito, pois ele estuda muito e trabalha com os melhores.
2 - Ana Frango Elétrico - Me chama de gato que eu sou sua
Só pelas músicas ‘Insista em mim’ e ‘Camelo Azul’ já valeria o lugar na lista. A sagacidade de suas composições, a forma como ela é divertida de um jeito honesto e fofo, usando palavras simples (“me deixa transar com você” I “se eu murchar me regue insista em mim”) e a produção que usa elementos de diferentes fases da música brasileira (agora o seu rock tá mais encorpado e suingado) me conquistam demais.
1 - Rodrigo Ogi - Aleatoriamente
A produção diferenciada do gênio Kiko Dinucci e arte do ‘storytelling’ de Rodrigo Ogi, contando histórias que se conectam com os problemas sociais, fazem desse álbum, pra mim, o melhor do ano.
A qualquer momento lanço a lista de melhores músicas do ano